quinta-feira, 20 de maio de 2010

João Batista nos Esgotos da Babilônia

>>Essa é uma poesia/desabafo que escrevi depois de ler o livro "O Anticristo" de Friedrich Nietzsche



João Batista nos Esgotos da Babilônia


me dê a mão, possua o meu corpo
mastigue até os ossos a carcaça do desgosto
venha e sente, não faça cerimônia
sabemos que sua gula é maior que sua vergonha

me sinto sujo, mas me mantenho santo
nada mais pode me causar espanto
me sinto morto, mas me mantenho vivo
a falsidade é meu calmante mais lícito

a sagrada família é um presépio de índios
uma pessoa é um senha de seis dígitos
jesus menino chora trancado no escuro
debaixo da batina do seus sacerdotes

o novo tédio é tão emocionante
não ter nada pra fazer nunca foi tão viciante
hoje eu tenho a liberdade de dizer
que eu não tenho nada pra dizer.

Por: Arieliban