quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O fardo da existência



Ex-sistere. Existir. Existencialismo.


O homem é responsável por si e não há vontade divina que controle seu rumo.


É exatamente isso que a corrente filosófica existencialismo prega: cada um tem o fardo da responsabilidade por si e pelo mundo à sua volta.


Quando me dei conta de que tudo o que vivo é conduzido por minhas próprias mãos me senti angustiado, insatisfeito com quem sou...


Desejei ser Fernando Pessoa: com a sua inadequação pra seu mundo e seus heterônimos modernistas: "Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."


Tento me encaixar em outros e fugir para outro lugar. Me reconstruo aos poucos, da insatisfação que tenho vivido e da irracionalidade que assisto diariamente.


É doloroso demais! É um fardo pesado pra que eu carregue!


O mundo gira numa corrida alucinada para lugar algum. A tecnologia avança mas não resolve questões mínimas. A alienação é feita de Pão e circo.


Quero ser outro.


Penso em voltar à escuridão da caverna, novamente me acorrentar e assistir às sombras do mundo das idéias.


Mas é tarde.


Tudo está em minhas mãos, sou um joguete obrigado ao livre arbítrio.


Estou condenado a ser livre.

Ruana Castro

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Existencialismo

Existencialiasmo,um assunto tão complexo mais ao mesmo tempo tão... interessante,e foi sobre esse assunto mesmo que conversamos,no nosso encontro no grupo de filosofia,assunto que nos faz refletir muito,pois a primeira coisa que devemos pensar quando falamos de existencialismo é: quem sou eu?,ou aonde eu estou nisso tudo?,e eu tenho quase certeza que pelo menos uma vez essa pergunta se passou na cabeça de todo mundo,falo pelo menos uma vez sendo modesto,porque no mundo em que vivemos,o mais difícil e nos entendermos,como diz o nome do blog(aliás muito bem dado pela nossa professora Ieda),"conhece-te a ti mesmo",então nada mais normal do que nos perguntarmos que nos somos?.
_Fiz uma pergunta a quem estava no grupo e repasso ao querido leitor,quantas vezes você não acordou com o peso da existencia?,pensando nessas varias perguntas das quais falei antes,porque realmente existir é muito pesado quando você é consciente,quando você sabe que enquanto você está na frente do computador,em algum lugar no mundo,ou até mesmo no seu país ou quem sabe na sua rua tem alguem passando fome,aí você tem consciência,e se faz perguntas, tais como:a vida é justa?,por que aquela pessoa passa fome?,entre outras,e nesse momento bate um peso um dorzinha lá no fundo, e isso que eu chamo de peso da existencia,um pequeno exemplo de consiência de existir.
_Mas ainda sim existencia é um pouco mais complexo,mas deixo aqui minha humilde opinião agradeço a todos do grupo e a todos que frequentam esse espaço,e lembrem-se,conheça-te a ti mesmo(subexista),abraço até a proxima.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

“O Banquete” de Platão

No encontro do dia 03/11/2009, fizemos a leitura de um celebre texto filosófico, “O Banquete” de Platão.

Nesse texto, o autor questiona o significado do amor e da beleza.


Para encontrar o sentido do amor, Platão faz referencias ao mito do nascimento do deus Eros, concebido no dia do nascimento de Afrodite (a deusa da beleza). Tendo como pais a dicotômica relação entre o deus Poros (beleza, astúcia, sabedoria) e da deusa Penúria (necessidade, angustia, incompletude), Eros é o deus que corporifica esses sentimentos ambíguos.

O amor, tal como Eros, possui esses dois lados. Se por hora somos correspondidos quando amamos alguém, imediatamente nos tornamos como Poros, o pai de Eros. Possuímos assim a mais tenra sabedoria, e sabemos como ninguém a astúcia para conquistar a pessoa amada.

Ao contrario, se nosso amor não é correspondido, tornamo-nos como a deusa Penúria, cheios de lastimas e amargura, como que a mendigar o amor de alguém que não nos quer.

A relação entre o amor e a beleza foi o enfoque de nossa discussão durante a leitura. Amamos aquilo que é belo. Acima de qualquer duvida, buscamos a beleza em nossas ações, em nossas escolhas.

Mas, para alem da beleza física, Platão nos propõe um modelo de beleza ideal. A beleza concebida como algo divino. A beleza que não se restringe a um único individuo amado, à uma única obra de arte, a um único pôr do sol. Mas sim a beleza vista como um todo, um absoluto que permeia todas as coisas do universo. Até a contemplação das idéias perfeitas e abstratas sobre a beleza.


Questiono aos meus alunos:

O que é a beleza para vocês? Porque vocês podem dizer que uma pessoa ou uma obra de arte é bela? E quando isso acontece, qual é o critério da beleza?

Vocês concordam com Platão, ao afirmar que a beleza é algo abstrato, universal e divino? E que, portanto somos mesquinhos ao amar e admirar apenas a beleza física de uma pessoa?

E quanto ao mito de Eros, vocês concordam que o amor possui esses dois lados diferentes? Ou seja, ora somos sábios, ora ignorantes ao amar alguém?


Reflitam...