quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O fardo da existência



Ex-sistere. Existir. Existencialismo.


O homem é responsável por si e não há vontade divina que controle seu rumo.


É exatamente isso que a corrente filosófica existencialismo prega: cada um tem o fardo da responsabilidade por si e pelo mundo à sua volta.


Quando me dei conta de que tudo o que vivo é conduzido por minhas próprias mãos me senti angustiado, insatisfeito com quem sou...


Desejei ser Fernando Pessoa: com a sua inadequação pra seu mundo e seus heterônimos modernistas: "Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."


Tento me encaixar em outros e fugir para outro lugar. Me reconstruo aos poucos, da insatisfação que tenho vivido e da irracionalidade que assisto diariamente.


É doloroso demais! É um fardo pesado pra que eu carregue!


O mundo gira numa corrida alucinada para lugar algum. A tecnologia avança mas não resolve questões mínimas. A alienação é feita de Pão e circo.


Quero ser outro.


Penso em voltar à escuridão da caverna, novamente me acorrentar e assistir às sombras do mundo das idéias.


Mas é tarde.


Tudo está em minhas mãos, sou um joguete obrigado ao livre arbítrio.


Estou condenado a ser livre.

Ruana Castro

4 comentários:

  1. Parabéns Ieda pelo belo trabalho com seus alunos. Nesse texto já consigo ver os frutos brotando de longe.

    Grande abraço
    André

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  2. Ruana, minha cara, como sempre me surpreende em suas ideias..
    Esse texto esta realmente brilhante!
    Creio que o existencialismo nos é muito proximo, principalmente por seus autores serem muito mais proximos da literatura do que da filosofia metodica propriamente, sem porem deixar de ser profunda.

    O que expoe esta muito diante de nós. Essa inconstancia humana, essa nossa inquietaçao diante do mundo.

    Achei realmente encantador tudo o que escreveu!
    meus sinceros parabens! Abraçao!
    Prô Ieda

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  3. Penso que o existêncialismo demonstra com fidelidade os sentimentos contemporâneos, deixando clara a inconstância humana; e isso foi o que tentei passar nesse texto,são meus próprios sentimentos, mas que compartilho com o resto da humanidade.

    Muito obrigada pelos comentários:)

    Ruana Castro

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  4. Muito profundo e acima de tudo filosofico,parabens!:)

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